Lendo alguns blogs por aí, fiquei com vontade de fazer uma lista. Como ainda não tenho atores ou atrizes suficientes para preencher uma lista para cada uma dessas categorias, decidi fazer uma lista de atuações que mais me marcaram. Vamos a elas, sem ordem de preferência.
Kevin Spacey - John Doe (Se7en) - O filme todo é uma maravilha. Até mesmo Brad Pitt atua bem (o que, na minha singela e humilde opinião, só acontece novamente em Clube da luta...), mas Spacey rouba a cena, dando ao monstruoso assassino serial uma expressão tranquila, serena e, no entanto, mostrando toda sua insanidade. Spacey compõe exatamente o extremo do mundo caótico, imoral e violento que Fincher mostra no filme. Minha fala preferida é aquela dita logo após John Doe receber uma bofetada de Somerset (Morgan Freeman) e o assassino se virar para Mills (Pitt): 'Oh... He didn't know...'. Genial.
Anthony Hopkins - Hannibal Lecter (O silêncio dos inocentes) - Assim como Spacey, Anthony Hopkins dá ao espectador uma atuação perfeita de um assassino. Culto e refinado, Hannibal Lecter é um personagem extremamente fascinante, cujo prestígio criou sequências no mínimo inferiores a O silêncio dos inocentes. Basta assistir ao filme e ouvir Hopkins dizendo 'Quid pro quo, Clarice' ou ainda vê-lo na cena da fuga para entender a genialidade da atuação.
Edward Norton - ? (Clube da luta) - Embora digam que o nome do personagem é Jack, eu vasculhei o filme inteiro em busca de uma fala que comprovasse isso e não achei (a parte que Norton diz que é um determinado orgão doente de Jack, para mim, é apenas uma leitura da revista, embora em outras cenas o personagem diga que é algum sentimento de Jack e não esteja lendo. Prefiro entender o personagem como alguém indefinido mesmo). Norton conseguiu ser para mim a personificação de esquizofrenia urbana, do sujeito que vive sob a pressão de ter que fingir ser alguém que nunca conseguirá e que acaba explodindo por isso, do consumismo, da inadequação no mundo. Não há nenhum momento mais memorável que outro. O filme inteiro é de Norton.
Nicole Kidman - Grace (Dogville) - Doçura, fragilidade, delicadeza para ocultar frieza, poder e ódio num experimento social. Depois de praticamente nos fazer odiá-la por sua passividade (algo que acontecia também com Björk em Dançando no escuro), Kidman se revolta contra a cidade e, no momento em que passamos a entender a personagem, há um misto de revolta e passividade do espectador em relação às atitudes de Grace. Quem não faria aquilo também, caso tivesse 'o poder'?
Leonardo DiCaprio - Billy Costigan (Os infiltrados) - Nunca havia gostado de Leonardo DiCaprio. Simplesmente não ia com sua cara, não gostei de sua atuação em Titanic e Prenda-me se for capaz (embora ache esse filme muito agradável), mas em Os infiltrados, DiCaprio me cativou. Mais que Jack Nicholson, Mark Wahlberg ou Matt Damon. A cena mais memorável é aquela que, durante uma sessão com a psiquiatra, há um corte e o ambiente é a casa de Billy, onde esse se angustia por ter acabado de presenciar uma morte e toma alguns (muitos) analgésicos. Fenomenal.
Johnny Depp - Edward (Edward mãos de tesoura) - Marcante. Mais do que Os goonies, Curtindo a vida adoidado, Lagoa azul, Querida, encolhi as crianças/estiquei o bebê e similares, essa obra-prima de Tim Burton foi o filme que mais assisti na Sessão da tarde. Tanto que hoje é um dos poucos filmes que estranho ao ver com legendas, já que cresci assitindo dublado. Depp está tão encantador, meigo e ingênuo que nos faz sentir a inadequação de Edward naquela vizinhança hipócrita. Comovente...
Ewan McGregor - Christian (Moulin Rouge!) - E dá pra não se apaixonar por Christian quando McGregor abre o sorriso luminoso? Tanto quanto em Peixe grande, Ewan é o ator perfeito para o papel. Nesse caso, por nos fazer crer que seria o tipo romântico perfeito, o único que poderia arrebatar o coração de uma cortesã.
Naomi Watts - Betty Elms/Diane Selwyn (Cidade dos sonhos) - Naomi Watts consegue construir duas personagens distintas e que, apesar disso, tem mais semelhanças que as aparências. Se é a perfeição enquanto Betty, é o amor obsessivo enquanto Diane.
Christian Bale - Alfred Borden (O grande truque) - Christian Bale fez maravilhas em Psicopata americano e Batman begins (os outros dois filmes com ele aos quais assisti), mas em O grande truque, Bale consegue ser obsessivo, humano, trágico, amargo. Ainda mais brilhante.
Haley Joel Osment - Cole Sear (O sexto sentido) - Revelação do filme. Dá um banho em Bruce Willis - que realmente atua nesse filme - e ilustra muito bem a dor, o desespero e a angústia do garotinho que vê gente morta.
Menção honrosa para: Johnny Depp (Willy Wonka - A fantástica fábrica de chocolates, Victor Van Dort - A noiva-cadáver [voz]), Jeremy Irons (Scar - O rei leão [voz]), Nicole Kidman (Satine - Moulin Rouge!), Ewan McGregor (Edward Bloom - Peixe grande), Brad Pitt (Tyler Durden - Clube da luta), Helena Bonham-Carter (Marla Singer - Clube da luta), Samuel L. Jackson (Elijah Price/Mr. Glass - Corpo fechado), Ellen Burstyn (Sara Goldfarb - Réquiem para um sonho), Hugh Jackman (Tomas/Tommy/Dr. Creo - Fonte da vida), Kate Winslet (Clementine Kruczynski - Brilho eterno de uma mente sem lembranças), John Cusack (Rob Gordon - Alta fidelidade), Glenn Close (Marquesa Isabelle de Merteuil - Ligações perigosas), Tilda Swinton (Gabriel - Constantine), Björk (Selma Jezkova- Dançando no escuro), Cillian Murphy (Dr. Crane/Espantalho - Batman begins), Jodie Foster (Clarice Starling - O silêncio dos inocentes), Julianne Moore (Laura Brown - As horas), Cate Blanchett (Katherine Hepburn - O aviador), Jennifer Connely (Kathy - Casa de areia e névoa), Ben Kingsley (Behrani - Casa de areia e névoa).